domingo, 27 de outubro de 2013

Inconsequência virtual

por: Joaney Tancredo

Pra quem está acostumado a postar fotos fazendo biquinho nos lábios, “fotinha” no espelho do banheiro com a calcinha nova, sem o mínimo de pudor em redes sociais, qual o problema em atualizar o perfil no instagran ou facebook ao estilo #partiu #enem2013? Para o Ministério da Educação o problema o problema é moral.
Reprodução facebook/intagran
Com um histórico vergonhoso de fraudes e problemas na correção das prova do Exame Nacional do Ensino Médio o Enem desde 2009, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (INEP), instituto que organiza a prova em todo país, informou que 24 participantes que faziam o exame neste sábado (26), primeiro dia de prova foram eliminados por postar fotos em rede social. As fotos registradas mostravam cartões de resposta e caderno de provas.

Não foi por falta de aviso, todo e qualquer inscrito (foram mais de 7 milhões em todo Brasil), tem acesso ao manual do candidato, no qual fala que é proibido todo e qualquer equipamento eletrônico na sala de prova. Além disso, um dia antes do começo da maratona do ENEM, o Ministro da educação, Aloizio Mercadante  prometeu rigor contra eventuais vazamentos em redes sociais.

Para acabar com a mancha já instituída no ENEM, e enterrar de vez (ou não) as dúvidas relacionadas à integridade do exame, vai ser difícil enfrentar um problema da atualidade aliada à inconsequência da juventude que expõe a todo custo a sua intimidade.

Hoje, 26 no primeiro dia de exame os jovens deram mostra de que a vida virtual tem limites, pelo menos para o INEP.

sábado, 26 de outubro de 2013

É o seguinte, dois pontos!

por: Joaney Tancredo


Como pode uma palavrinha danada da língua portuguesa deixar qualquer pessoa de cabelos de pé ao ouvi-la num diálogo do dia-a-dia?

Imagine você, do sexo masculino ouvindo de sua namorada numa conversa, digamos casual, a seguinte frase: “Amor, tenho uma coisa pra te falar, é o seguinte...”

O cérebro do namorado, interlocutor em questão, põe a cabeça num exercício de possibilidades incalculáveis, que nem mesmo o computador mais rápido pode processar. O Homem, imagina: O que eu fiz dessa vez, será que ela descobriu que saí com Fabiana, sua melhor amiga? Eu fiz tudo com cuidado, sem deixar o menor vestígio. É isso, pensa Fabricio, foi à própria Fabiana que contou, teve uma crise de existência e contou tudo, lamenta.

Essas mulheres são mesmo muito complicadas. Pronto estou ferrado, pensa Fabricio no tempo suficiente para voltar à realidade e ouvir a frase seguinte sair da boca de Raquel, o mundo pode desabar a sua frente em poucos segundos.

Passados dois segundos, tempo suficiente para pensar em três possibilidades de respostas e uma desculpa para a defesa da relação... Raquel complementa a fala:
- ...é o seguinte: vi no comercial da Globo que vai passar o filme que assistimos no cinema quando nos beijamos pela primeira vez, conclui.

Fabricio engole a saliva com o turbilhão de agonia que passou por sua cabeça e fala. - American Pie, Que legal! Fala sem a mínima graça para construir qualquer complemento como resposta.

Como artifício usado em diversas situações da língua portuguesa, a construção frasal “é o seguinte” denota, dependendo do ambiente, o terror das pessoas.
Surpresa boa ou ruim, você deve esperar sempre algo. Na oração, a palavra seguinte propõe um assunto posterior, e no momento da fala, requer do interlocutor uma atenção especial pelo que virá a frente.

É o seguinte:
- FIM!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

BOATE KISS: A PROCURA DO CULPADO

por: Joaney Tancredo



Fachada boate kiss, Santa Maria RS (foto/rep: folhaonline)
COMO CÃO E GATO: Cinco dias após o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, onde mais de 230 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas. Muitas questões ainda precisam ser esclarecidas. Não estou falando sobre quem vai levar a culpa. Me refiro sobre aquele que pode ser o responsável por mudar o nosso Brasil, pois médicos, psicólogos, dentistas, pedagogos e nós brasileiros, morremos no dia 27 de janeiro.


De lá pra cá, as notícias que assistimos nos telejornais ainda nos mostram o luto que parece não ter fim. É natural que as famílias, do município com 260 mil habitantes, estejam enlutadas e busquem por justiça. Também é normal que o estado exerça o seu poder de cobrar impostos, e principalmente FISCALIZAR.


Bingo! Vejam o verdadeiro motivo de a boate queimar na madrugada de domingo, (27), falta de exercício do poder público.


Quem acompanha os desdobramentos do acidente, pode perceber que desde o domingo, já tivemos culpados diversos. De seguranças que barraram à saída dos jovens, ao vocalista da banda, que queimou o sinalizador. O dono da boate é um vilão em potencial, porque ele instalou a proteção acústica inapropriada.  Hoje, temos um novo vilão; o comando do corpo de bombeiros que não inspecionou a boate, para que ela funcionasse normalmente.


Infelizmente, mais uma vez precisou que centenas de pessoas morressem para que o estado tomasse conhecimento de sua obrigação, - FISCALIZAR. E agora como num efeito dominó, municípios realizam fiscalizações em boates de todo Brasil. E o resultado, locais onde se realizavam festas estão sendo fechadas. Quem será o próximo?


E sabe quem é o maior culpado, nós que não olhamos as condições das instalações dos ambientes onde vamos e nem se quer denunciamos o dito estabelecimento. Pois assim como o dever de pagar impostos, temos o direito de cobrar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SANTA MARIA: COBERTURA JORNALISTICA DE UMA BOATE EM CHAMAS

Por: Joaney Tancredo (jornalista)
 


Glenda Kozlowski, Giuliana Mota e Ivan Moré (foto/rep.TVGlobo)
Todos que ligaram a Tv ao acordar, na manhã deste domingo, 27, acompanharam a cobertura televisiva (ao vivo) do pós-incêndio na boate Kiss, no município de Santa Maria, que fica a 320 km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

A transmissão “AO VIVO” como se diz em linguagem televisiva, aconteceu desde as primeiras horas do domingo, ainda sem ao certo precisar a dimensão da tragédia e do número exato de vítimas do incêndio na boate, cujo público era de jovens universitários.

Destaco aqui, a cobertura jornalística do programa esportivo dominical “Esporte espetacular” da TV Globo, que em uma edição especial, transmitiu pela TV aberta o clima de tensão pós incêndio. O programa foi baseado em entrevistas de testemunhas que estavam na boate e autoridades de segurança. Os apresentados, Glenda Kozlowski e Ivan Moré eram os mediadores da dor e da lamentação imposta pela tragédia com uma linguagem em tom cauteloso de uma transmissão desse porte.

Lidar com o misto de sensibilidade pessoal e profissionalismo, foi uma tarefa difícil para os colegas apresentadores Glenda e Ivan. Os apresentadores tiveram que trocar o clima de descontração, comum em coberturas esportivas para o debate e entrevistas com pessoas que presenciaram o incêndio na boate kiss no sul do país. Era perceptível o cuidado em noticiar com precisão os números de mortos e feridos na tragédia. Em determinados momentos, o número chegou a ser noticiado com até 245 mortos.

Fachada da boate Kiss após o incêndio (foto: folhaonline)
Para as pessoas que assistiram a TV no último domingo do mês, pode não ter percebido o nervosismo e a organização interna do noticiário. Uma equipe estava mobilizada para checar cada informação que chegava, de diversas fontes. O desenho que se construía a cada novo depoimento, dava a dinâmica de uma cena de terror que desde as 2h30 da madrugada do dia 27 foi traçado. O município com 261.031 habitantes, no centro do estado do Rio Grande do Sul foi revelado ao mundo através de redes sociais, relatos emocionados e a tristeza.

Com o passar das horas, as demais emissoras de tv dedicavam sua programação à cobertura da festa de estudantes que se transformou em tragédia. Hoje, segunda-feira (28) o Brasil enlutado chora pelos seus compatriotas do sul.