por: Joaney Tancredo
Como
pode uma palavrinha danada da língua portuguesa deixar qualquer pessoa
de cabelos de pé ao ouvi-la num diálogo do dia-a-dia?
Imagine
você, do sexo masculino ouvindo de sua namorada numa conversa, digamos
casual, a seguinte frase: “Amor, tenho uma coisa pra te falar, é o
seguinte...”
O
cérebro do namorado, interlocutor em questão, põe a cabeça num
exercício de possibilidades incalculáveis, que nem mesmo o computador
mais rápido
pode processar. O Homem, imagina: O que eu fiz dessa vez, será que ela
descobriu que saí com Fabiana, sua melhor amiga? Eu fiz tudo com
cuidado, sem deixar o menor vestígio. É isso, pensa Fabricio, foi à
própria Fabiana que contou, teve uma crise de existência
e contou tudo, lamenta.
Essas
mulheres são mesmo muito complicadas. Pronto estou ferrado, pensa
Fabricio no tempo suficiente para voltar à realidade e ouvir a frase
seguinte
sair da boca de Raquel, o mundo pode desabar a sua frente em poucos
segundos.
Passados
dois segundos, tempo suficiente para pensar em três possibilidades de
respostas e uma desculpa para a defesa da relação... Raquel complementa
a fala:
-
...é o seguinte: vi no comercial da Globo que vai passar o filme que
assistimos no cinema quando nos beijamos pela primeira vez, conclui.
Fabricio
engole a saliva com o turbilhão de agonia que passou por sua cabeça e
fala. - American Pie, Que legal! Fala sem a mínima graça para construir
qualquer complemento como resposta.
Como
artifício usado em diversas situações da língua portuguesa, a
construção frasal “é o seguinte” denota, dependendo do ambiente, o
terror das
pessoas.
Surpresa boa ou ruim, você deve esperar sempre algo. Na oração, a palavra seguinte
propõe um assunto posterior, e no momento da fala, requer do interlocutor uma atenção especial pelo que virá a frente.
É o seguinte:
- FIM!
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